sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Papo reto com Edgar de Camargo

Tão libriano quanto eu, dono de um corpo marcado por sabe-se lá quantas tatuagens _sim, ele perdeu as contas!_ e capaz de arrancar suspiros de qualquer ser humano, freak or not, Edgar de Camargo, 32, nasceu na São Paulo das artes, do submundo, subjacente, até.

Dono de um dos estúdios de tatuagens mais procurados, ele revela com exclusividade para o The Satisfashion as suas estórias e particularidades. Num papo reto, Edgar desnuda-se sem pudor, arte que ele entende bem, tendo já sido fotografado nu em pelo numa edição da revista on line McMag!


Aqui, os melhores momentos da conversa.


The Satisfashion: Defina-se em uma palavra.
Edgar de Camargo:
Simples!

T.S.: E o que é simplicidade para você?
E.C.:
Objetividade, papo reto!

T.S.: Como concilia sua arte administrando um estúdio de tatuagens?
E.C.:
Trabalhar com tattoo, mesmo não sendo tatuador, para mim é muito bacana porque coordeno uma equipe de incríveis tatuadores e, por outro lado, acabo absorvendo muitas referências...

 
Família tatuada!

T.S.: E quais são as referências das tatuagens que você mais observa na sua arte?

E.C.: Na última série que estou trabalhando, onde uso materiais coletados da rua (lixo), as pinturas são totalmente baseadas nas tattoos com desenhos sérios, onde brinco com cores fortes, mostrando um contraste entre imagem e cor.

T.S.: E por que abriu um estúdio de Tattoo não sendo você tatuador?

E.C.: Estava me programando para morar na Europa e atualizar meu inglês. Tinha acabado de sair da Cavalera, onde era vendedor. Meus irmãos e cunhadas estavam trabalhando em estúdios pela cidade, aí meu irmão Arthur, o mais velho, veio falar para eu ficar e tivemos a ideia de abrirmos juntos o True Love Tattoo aqui em São Paulo. O nome do estúdio foi ideia minha...

Gregory de Camargo, o filho!

T.S.: E como surgiu essa paixão pela tatuagem? Quantas você tem?
E.C.:
Desde os 12 anos estou envolvido com tattoo, foi quando fiz minha primeira. A segunda, aos 16. E assim foi... Não sei ao certo quantas tenho, até porque elas já se misturaram, em alguns casos foram cobertas por outras. Tenho nos braços, canelas, costas, costelas, mãos, pescoço.

T.S.: Tem alguma tattoo preferida?
E.C.:
Isso é meio relativo, acho que sempre dou uma atenção à ultima que foi feita!

Esbanjando a sensualidade que lhe é peculiar!

T.S.: Que artistas o inspiram?
E.C.:
Piranha, tatuador e artista plástico; Deno, tatuador; David Molina, ilustrador ; Hanna Sandstrom, tatuadora; Arthur de Camargo, irmão e tatuador.

T.S.:  Me fale sobre a predileção por caveiras, diabos, toy art...
E.C.: Eu desenho desde criança, meus irmãos também. Sempre curti esse lado mais monstruoso e, por coincidência, hoje existem os toys. Ou seja, eu já desenhava os monstrinhos antes dessa onda toda. Às vezes visito amigos e eles têm quadrinhos meus de dez anos atrás já com essa temática. A série diabos que estou finalizando já tem um pé nas tattoos!

Demônio

T.S.: E que sensação tem quando vê uma arte sua de dez anos atrás? Diferencia muito da arte feita hoje?
E.C.: É bacana, fico feliz. Naquela época desenhava com o que tinha na minha frente. Usava Bic, lápis, giz, tintas, nankin. Hoje em dia já me programo mais. Mesmo não tendo uma formação acadêmica, quando desenho, sei exatamente o material que preciso para alcançar o que desejo.

T.S.: Quem compra sua arte, quem se identifica, quem você quer atingir?
E.C.: Compra quem curtir, se identifica quem vê. Não tenho pretensão de atingir nenhum alvo!

Diabos

T.S.: A sua casa parece uma galeria de streetart. Tudo obra sua ou tem o dedo de mais alguém?
E.C.: Tenho obras de amigos, lixo, sobras de material, rabiscos nas paredes, algumas obras minhas e móveis antigos .

T.S.: Como define seu estilo na arte, na vida, no trabalho?
E.C.:
No trabalho sou dinâmico, já que atuo em diferentes áreas. Na arte sou espontâneo, de acordo com meu momento. E na vida, como já te falei, sou simples; coloco família e amigos em primeiro lugar!

Projeto Caçamba
T.S.: O que você lê?

E.C.: Imagens!

T.S.: O que você ouve?
E.C.:
Tudo!

Hammer Head

T.S.: O que você abomina?
E.C.: Mentiras!

T.S.: Em que ocasiões mente?
E.C.: Não sei dizer!

Fofão

T.S.: Mentiu na entrevista?
E.C.:
Não!

T.S.: Que pergunta você não responderia de jeito nenhum?
E.C.: A que não sei a resposta!

Vírus

T.S.: Te dou uma palavra, você responde o que vier à mente. Cidade?
E.C.:
Tokyo, pelo caos, pelo excesso de informação!

T.S.: Arte?
E.C.:
Expressão!

Brain

T.S.: Sexo?
E.C.:
É bom, mas nem sempre dá!

T.S.: Ida Feldman?
E.C.:
Minha vidInha. A vIda é difícil, mas é gostosa!

 
Com Ida Feldman.

T.S.: Tatuagem?
E.C.:
True Love Tattoo!

Quer mais do Edgar?
Siga os links:
True Love Tattoo, clique aqui!
Flickr do Edgar, clique aqui!
Fotolog Arthur de Camargo, clique aqui!
Fotolog Maria Fernanda, clique aqui!
Fotolog Madhava, clique aqui!
Fotolog André Camargo, clique aqui!

por Daniel Amarhal
Fotos: acervo pessoal (Tk's!)

2 comentários:

Anônimo disse...

Matéria ótima, perguntas e respostas "simples" diretas, divertidas, fotos e imagens fantásticas. Fiquei conhecendo esse blog (amei o nome), o Edgar (melhor depois do MySpace, Feicibuk), adorei tudo. Parabéns!!! :) bjs de uma admiradora "anônima"...chega de jabá.

Ida Feldman disse...

eu sou gostosa mesmo!